Com apenas
16,7% de sua capacidade de armazenamento, Estado investe na busca por novas
reservas hídricas no subsolo. Expectativa é que reserva de água caia para 10%
até dezembro, metade do que havia em janeiro
O nível total dos reservatórios de água do Ceará
está calculado hoje em 16,75%. O índice é o menor desta década. Em janeiro,
antes das chuvas, o Estado contava com 20,88% de sua capacidade total de
armazenamento, segundo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). A
situação é preocupante diante do cenário histórico de diminuição das reservas
hídricas nos quatro últimos meses do ano, os chamados “b-r-o-bro”. Em média,
desde 2011, as reservas diminuíram 6,6% entre setembro e dezembro.
“Estamos preocupados com o próximo ano. Os prognósticos não são bons. A
previsão novamente é de recarga mínima. Enquanto a água superficial vai se
exaurindo, nós estamos apelando para as reservas subterrâneas, embora sejam
pobres e poucas”, disse Francisco Teixeira, secretário dos Recursos Hídricos.
“A resistência à seca vai depender muito da nossa capacidade de conhecer ainda
mais nosso subsolo e da celeridade na construção de poços”.
Poços profundos
Das 12 regiões hidrográficas do
Estado, apenas cinco têm hoje mais água do que havia em janeiro, antes da estação
chuvosa. Em todo o restante, o percentual acumulado no período de recarga se
exauriu e os índices agora estão ainda mais baixos.
Caso a média de redução das reservas se mantenha,
até dezembro, o volume de água armazenada no Ceará cairá para 10%. Até lá, a
expectativa do governo é perfurar mil poços profundos. Atualmente, esse sistema
de reserva subterrânea abastece, de maneira complementar cerca de 40 cidades.
São aproximadamente 750 poços perfurados.